Universidade De Sorocaba

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Estúdio De Rádio - UNISO

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Sidney Magal faz show hoje em Sorocaba

Por incrível que pareça, Sidney Magal tem receio de cair no ridículo. O artista diz lamentar que no início da carreira uma parte da imprensa não tenha compreendido seu trabalho e o tratado como brega. “Com o passar dos anos, o que eles chamam de brega tomou conta do país de modo geral, com o sertanejo, o pagode, o axé, e então perceberam que o que eu fazia já naquela época era brasileiro e popular.” O cantor ressalta que preza pela imagem, cuidando do figurino para “ficar artístico sem cair no cafona” e diz que adaptou o visual de acordo com a idade e o físico que tem. “Hoje não caberia colocar calça com cintura alta e mangas bufantes e querer ser aquele garotão dos anos 70. Com Elvis aconteceu isso, ele foi amadurecendo e ainda queria entrar nos mesmos macacões. Hoje tenho um toque de artista diferente”, explica.

Ao longo desses 33 anos de carreira, seu maior orgulho é ter mantido a dignidade, sendo o mesmo Sidney Magal de sempre. E é este intérprete, dono de um estilo performático marcante, que o público poderá prestigiar hoje à noite, a partir das 22h no Ipanema Clube durante evento em comemoração ao Dia das Mães. O repertório inclui sucessos como “Se te Agarro Com Outro te Mato”, “Sandra Rosa Madalena”, “Amante Latino” e “Meu Sangue Ferve Por Você”. Antes do show, haverá desfile de moda com modelos da SPFW e do Portal VModel Agengy, com início às 20h. Quem não comprou antecipadamente precisará aguardar outra oportunidade porque os ingressos estão esgotados.

Em entrevista concedida ao Mais Cruzeiro, Sidney Magal mostrou que é mesmo aquela pessoa irreverente dos palcos e tem uma energia que chega a ser contagiante até por telefone. Alegre e carismático, o artista mencionou várias vezes sua gratidão a Deus por tudo o que conquistou na carreira. Ao contrário de cantores que muitas vezes se incomodam quando os fãs pedem sempre os mesmos sucessos, Magal entende que faz parte do show. “Hoje em dia o artista tem de ser um animador de festa, proporcionar uma apresentação onde todo mundo esteja fazendo coreografia, brincando, rindo... A gente tem de se preocupar com isso, é o público que pede, que gosta de cantar junto. Essa é uma característica que adquiri logo no início da minha carreira, quando eu cantava na noite em boates, churrascarias e tinha muito esse hábito”.

Por entender que um show ideal é aquele que o público consegue cantar as músicas junto com o artista, o repertório de Magal é constituído do que os fãs consideram “não poder faltar”. Por conta disso, o cantor e compositor lembra de um episódio com o pessoal da equipe do Pânico: “eles vieram tirar sarro, perguntaram se eu iria cantar Sandra Rosa Madalena de novo e eu respondi que num mundo como esse, ter uma música que 30 anos depois a gente continua cantando e agradando não é à toa”.

Amante latino

O estilo performático e caliente de Sidney Magal foi identificado quando ainda cantava na noite pelo profissional que viria a ser seu empresário, Robert Livi. A vivência com ritmos latinos foi incorporada a seu repertório e não demorou muito para ele próprio ser considerado o “amante latino”, que aliás virou título do filme que protagonizou em 1979. O convite para atuar, que viria ainda muitas vezes durante toda a carreira, ele acredita que seja pela forte carga de interpretação que apresenta em seu trabalho de cantor.

Vale lembrar que além do cinema, Sidney Magal atuou em novelas e musicais. O reconhecimento da crítica foi confirmado em 1993, quando atuou no musical “Charity Meu Amor”, com direção de Marília Pêra. A primeira novela foi “Ana Raio e Zé Trovão” (Manchete), depois seguiram-se “O Campeão” (Bandeirantes), “Da Cor do Pecado”, “Kubanacan” e “Bang Bang”, as três veiculadas pela Globo, entre outras. Magal atuou ainda como dublador, quando fez a voz do pingüim Amoroso no longa de animação “Happy Feet” (vencedor do Oscar na categoria), que na versão original foi dublado pelo comediante Robin Williams.

O momento de maior popularidade de Magal foi no início dos anos 90, com a lambada. O artista tornou-se um dos ícones da época, com a música “Me Chama que eu Vou”, tema de novela da Rede Globo. E para quem pensa que Magal não saiu do popular, nos anos 90 ele gravou um CD de jazz e bossa nova, acompanhado de uma orquestra. Confira a entrevista:

P - Sidney, o que você preparou para apresentar ao público de Sorocaba?

R - Vou levar um show com diversas músicas que fizeram sucesso. Há muito tempo não mexo nesse show, tenho dificuldade de colocar coisa nova nele, é uma loucura. Mas é uma apresentação que percorre minha carreira já que vou pinçando nos CDs que lancei as músicas que mais se tornaram conhecidas. Incluí no repertório desse show músicas em homenagem a Lulu Santos, Rita Lee, um pout-pourri com músicas em espanhol, às vezes incluo Corazón Partío, conhecida na voz de Alejandro Sanz, e ainda farei uma homenagem à Bahia, mas a base, os grandes sucessos, não faltarão. É o momento que as pessoas mais vibram. Escolho o repertório com músicas pra cima, não gosto que o show caia. A sequência, se incluo uma ou outra depende do público, sempre foi uma coisa mesmo de termômetro, de sentir o clima.

P - O show é em homenagem ao Dia das Mães, ou seja, a mulherada estará em peso lá. Você ainda sai rasgado dos shows? A influência da música latina presente em seu trabalho, esse ritmo mais caliente, não o coloca em perigo?

R - Olha, durante a minha vida inteira foi sempre isso. É lógico que agora que passei dos 50, o público feminino que me segue desde o início já deve ter passado também, então as pessoas vibram, curtem, e eu acho legal. Hoje as pessoas estão mais contidas, mas mesmo assim tem pessoas de idade que sobem no palco e começam a dançar como dançarinas espanholas. Mas isso de rasgar roupa, jogar coisas no palco não tem mais.

P - Como foi essa sua opção pelos ritmos latinos? O que te levou a investir nesse estilo?

R - Robert Livi notou que meu temperamento e minhas características eram próprias para a música latina, então ele pediu para me produzir. Conquistei os maiores sucesso da minha carreira fazendo versões, essa foi a grande sacada e me orgulho de 33 anos depois e não ter vindo ninguém na minha cola...

R - Eu sempre tive comigo um receio de cair no ridículo, apesar de nos anos 70 uma parte da imprensa não ter compreendido o meu trabalho e ter tratado como brega por ser popular. Com o passar dos anos, o que eles chamam de brega tomou conta do país de modo geral, com o sertanejo, o pagode, o axé, e então perceberam que o que eu fazia já naquela época era brasileiro e popular. Mas eu acho que o artista tem de amadurecer de acordo com a idade e o físico e hoje não caberia colocar calça de cintura alta e mangas bufantes, e querer ser o garotão dos anos 70. Com Elvis aconteceu isso, ele foi amadurecendo e ainda queria entrar nos mesmos macacões. Hoje tenho um toque de artista diferente. Cláudia Leite por exemplo, não é boa cantora, mas é uma grande artista, ela faz tudo muito profissionalmente, usa do corpo, da coreografia, e as pessoas saem encantadas do seu show como se ela fosse uma grande cantora. Então o artista tem de se preocupar com o visual, mas agora me visto de acordo com a idade que tenho. Não dá mais para ser o cigano divulgado pelo Fantástico nos anos 70.

P - Está trabalhando em novos projetos? Tem novidades para seu público?

R - Depois da Copa do Mundo pretendo lançar um novo CD e DVD, com músicas inéditas. Hoje em dia o artista tem uma dificuldade muito grande em divulgar seu trabalho porque as rádios não executam como antes, os CDs não vendem como antigamente e há mais dificuldade de fazer pegar. Hoje em dia até fico muito triste de falar disso porque já vivi momentos de muito profissionalismo e vi a coisa acontecer legal nos anos 70 e 80, época que havia um trabalho de rádio e TV, agora com a internet tem artista que fica famoso com um trabalho ainda muito cru, e então você tem de brigar com as mesmas armas, procurar mostrar seu trabalho na TV, é complicado. As gravadoras não têm mais a força que tinham pra fazer um produto estourar, então prefiro me segurar nos grandes sucessos... Tenho feito apresentação pelo Brasil todo e posso garantir que não tem um público que não vibre e não curta do começo ao fim. Então se vou ou não vender disco ou tocar no rádio não é o primeiro plano, quero que minha imagem continue sendo admirada e respeitada...

SERVIÇO:

Ingressos esgotados. Outras informações: (15) 3519-4330, com Isabel ou a Mônica, do departamento social. (Daniela Jacinto-Jornal Cruzeiro Do Sul)

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